↩ PROGRAMA


THE FALL

A mais duradoura das bandas nascidas na explosão do post-punk em terras britânicas no final dos anos 70, os The Fall são um verdadeiro manual de sobrevivência contra todas as intempéries e expectativas, assegurando sempre uma relevância e premência assinaláveis. Liderados desde sempre pelo cáustico e carismático Mark E. Smith – único elo comum desde a sua génese -, têm visto a sua formação sofrer constantes mudanças conduzidas pelos impulsos do seu líder: espécie de pregador de rua em versão cool – um verdadeiro "Hip Priest", como a canção – que vai lançado farpas à sociedade, carregadas de veneno, jogos de palavras abstractos e contaminados por um humor seco e corrosivo. Influência fulcral em muito do rock marginal nascido nas últimas três décadas, os ecos do seu punk de tendências arty, alicerçado em ritmos repetitivos e guitarras cortantes, podem ser encontrados um pouco por todo o lado – dos Sonic Youth aos Jesus Lizard, dos Pavement aos Dead C. Donos de uma discografia imensa, onde se encontram álbuns tão clássicos como Hex Enduction Hour, This Nation's Saving Grace ou The Infotainment Scan, mantém ainda hoje uma saudável actividade discográfica do qual Re-Mit, editado já este ano pela Cherry Red, é o mais recente tomo. Foram também a banda preferida de John Peel, que melhor do que ninguém os soube definir: “They are always different, they are always the same”.