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SKULLFLOWER

Verdadeira instituição nos meandros mais aventureiros da música nascida em ilhas britânicas, Skullflower tem sido o veículo primordial para as mais diversas divagações em torno das zonas limítrofes do rock de Matthew Bower – também responsável por projectos tão meritórios como Sunroof!, Hototogisu ou Total. Com um imponente legado que remonta ao final dos anos 80 e uma formação mutável por onde passaram músicos de bandas igualmente luminárias como Coil, Nurse with Wound, Vibracathedral Orchestra ou Ramleh, têm sido pedra basilar na mutação das condições estéticas e anímicas do rock, com responsabilidade em muitos dos seus avanços desde então – sejam eles noise, drone, stoner ou mesmo algum metal mais esotérico. Inicialmente conotados com a cena industrial que então se espraiava em Londres, mas demarcando-se desde logo de qualquer categorização mais estanque, foram dinamitando as premissas bases do rock até um ponto de ruptura tão feérico quanto libertário, antes de Bower instalar uma pausa sabática em 1996. Sete anos depois reaparece embrenhado em poeiras cósmicas e conluios kraut, apenas para se lançar novamente a caminhos esquivos e sempre inconformados. Recentemente têm-se apresentado como um duo, com Bower na guitarra e Samantha Davies no violino, envoltos numa aura quase cerimonial, conduzindo uma torrente de som totalizante até novos patamares de elevação.