↩ PROGRAMA


RICHARD PINHAS

Mantendo ainda hoje uma proficuidade e pertinência inabaláveis, Richard Pinhas é um daqueles nomes secretamente fulcrais cujo importantíssimo legado está ainda por reconhecer e cartografar devidamente. Frequentemente considerado o “pai” da electrónica francesa – admitindo o vazio desse termo – a sua obra remonta aos anos 70, tendo contribuído decisivamente para muitos dos avanços em torno dos cruzamentos entre o rock e a electrónica operados ao longo destes anos. Espécie de análogo às movimentações que aconteciam na Alemanha nessa década por via de nomes como Cluster ou Tangerine Dream, foi enquanto mentor dos Schizo e principalmente dos Heldon – formação volátil por onde passaram músicos dos Magma – que começou a traçar um percurso sempre intrigante que parte da guitarra para a fazer confluir num miasma de sons espectrais em constante mutação. Tendo colaborado com nomes como Pascal Comelade ou Merzbow, editou já este ano o muito recomendável Desolation Row pela Cuneiform, - onde se faz rodear de gente como Oren Ambarchi, Lasse Marhaug ou Noel Akchote - num périplo cósmico por entre ritmos pulsantes, guitarras apontadas ao infinito e texturas psicotrópicas.