Está revelado o cartaz completo para a vigésima edição do Festival de Música Exploratória do Barreiro, com um lote de 17 novos nomes, que se juntam aos 16 já anteriormente anunciados.

Esta última vaga inclui mais sete estreias absolutas em Portugal, entre as quais as do novo projeto que une Nídia à percussionista Valentina Magaletti, e cujo álbum de estreia chega este mês de setembro, da dupla norte-americana H31R, da gira-disquista britânica Mariam Rezaei, do duo japonês KAKUHAN, projeto de Koshiro Hino (goat jp), ou ainda do trio France (apropriadamente nomeado) ou o ruído queer e catártico de Dreamcrusher. 

No contingente nacional, destaque para o regresso ao Barreiro do celebrado saxofonista Rodrigo Amado com a sua nova formação Unity (juntamente com Gabriel Ferrandini, Rodrigo Pinheiro e Hernâni Faustino), do trio Inês + Arianna + Violeta (Inês Malheiro, Arianna Caselas e Violeta Azevedo), e das estreias de Tomé Silva e de Zancudo Berraco.

O festival acolherá ainda Nkisi, Jules Reidy e OKO DJ, sendo que, anunciados os alinhamentos diários, é também de destacar o regresso dos domingos de OUT.FEST, este ano com uma matinée prolongada que contará com os Ghosted (de Oren Ambarchi, Johan Berthling e Andreas Werliin), ojoo, sòn du maquís e Chuquimamani-Condori, que se juntam aos já anunciados DJ Anderson do Paraíso e carolf para uma celebração destas duas décadas de festival no espaço popular do SCR Paivense,

A edição que marca o 20º aniversário do OUT.FEST inclui também uma exposição fotográfica de Vera Marmelo no centro da cidade, o lançamento de um livro comemorativo, e uma conversa com DeForrest Brown Jr. (que tocará no festival enquanto Speaker Music) e a investigadora e curadora Margarida Mendes.

Confiram o programa completo aqui e comprem os bilhetes via BOL ou nas lojas associadas.

A percepção do tempo é uma parte integrante dos atos de criar e ouvir música. Muitas das músicas que foram fazendo o OUT.FEST, em especial, são mecanismos de subversão da passagem do tempo e dessa nossa percepção – quanto tempo durou este concerto? 15min? 1 hora? 3 horas? A resposta de cada um depende de muito mais que o facto mensurável. Medimos o tempo de um concerto sobretudo pelos sítios onde nos leva, pela forma como nos altera a consciência, a quantidade de pensamentos que vão e vêm sem nos darmos conta, a ausência de pensamento, a atividade do corpo enquanto escuta, pelas distracções à nossa volta.

Os factos dizem-nos “20 anos”, mas as nossas percepções (e/ou a nossa memória dessas percepções) podem dizer-nos, ao mesmo tempo, “10 anos”, “5 anos”, uma vida inteira, ontem. 

A verdade é que sim – em 2004 começámos uma coisa chamada OUT.FEST que não terá sido mais que uma tradução impensada de um impulso muito nosso, e de tantos, para partilhar música que amamos, que achamos que todos deveriam amar, que tantas vezes não compreendíamos como não era amada universalmente; desse ano 0 até ao 2024 em que estamos pouco mudou e tudo mudou – o impulso persiste, mas foram-lhe sendo acrescentadas identidade, idéias, formas de fazer e desfazer, palavras para comunicar, sensibilidade, amores e desamores pela cidade que o fez, dificuldades e o privilégio de as poder ultrapassar, público, a própria Música, o próprio Ouvir, o Mundo todo que é o de sempre e é todos os dias novo.

Aqui, então, em 2024, para a 20ª edição do vosso OUT.FEST. Assinalamos a efeméride, primeiro, pela continuada dedicação aos Sons que continuam a fascinar-nos – nada importa mais que esta vontade de partilhar e lançar para a descoberta, honrando a confiança que ano após ano vai sendo depositada nos nossos Ouvidos; depois, lançando-nos na fixação deste fragmento da História em forma escrita, com um livro comemorativo que, tal como neste percurso de duas décadas, se construiu sem horizonte fechado nem plano pré-definido; ainda com a ocupação do espaço mais central da cidade por fotografias da “nossa” Vera Marmelo – uma por cada ano de festival já realizado; por fim, com um regresso ao nosso epílogo dominical, desta vez ampliado como festa de aniversário plural e curiosa, no melhor espírito do Barreiro que nos construiu e que vamos, à nossa maneira, celebrando e homenageando a cada ano.

Esperam-nos 5 dias de Músicas que não se explicam – partilham-se. Venham connosco.

Lamentamos anunciar que, devido a circunstâncias imprevistas, Wolf Eyes & Anthony Braxton não poderão viajar para a Europa em outubro para atuar no OUT.FEST. Enviamos os nossos votos de rápido regresso aos concertos para os W.E. e para o Sr. Braxton.

Aqui deste lado, o trabalho para finalizar o cartaz da edição do 20.º aniversário está quase concluído, e mal podemos esperar por partilhar as boas notícias convosco, lá para meados de Agosto. Fiquem atentos!

A plataforma SHAPE+, financiada pela União Europeia e dedicada à música inovadora e arte audiovisual, anunciou a sua lista de artistas para 2024/2025. A seleção inclui vários artistas sonoros juntamente com actos musicais que variam desde a club music, media art, a experiências com música tradicional e improvisação livre. O terceiro ano da SHAPE+ continuará simultaneamente a focar-se em residências colaborativas e atuações únicas, juntamente com algumas novidades: juntam-se três novos festivais à plataforma e uma rede sindicada de estações de rádio parceiras que abrange 13 países.

A plataforma é agora gerida por uma união de 18 festivais europeus – a SHAPE+, até agora composta por estas 15 organizações, foi reforçada pelo festival Polja (Sérvia), pelo Rewire Festival (Holanda) e pelo Full of Lava (Suíça). Este último é um caso especial para a SHAPE+ já que, não sendo elegível para subsídios da UE, a sua participação na plataforma é especificamente apoiada pela Pro Helvetia (Conselho das Artes da Suíça). Esta é a primeira vez que um financiamento fora do programa de subsídios da UE é garantido para alargar o âmbito (e alcance geográfico) da plataforma com outra organização parceira. Todos os festivais mencionados participaram na criação da nova lista de artistas da SHAPE+.

A plataforma está atualmente a finalizar uma adição ao seu mecanismo de imprensa – uma rede de 13 estações de rádio aventureiras em 13 países diferentes que, além das parcerias de rádio existentes com a NTS Live, Rinse FM, Ola Radio e Resonance FM, aumentarão o alcance das transmissões e mixes dos artistas do SHAPE+. A lista completa será revelada em breve.

A lista de artistas da SHAPE+ para 2024/2025 iniciará o seu ano de atividades a 15 de julho, e o período de atividades durará até 14 de julho de 2025. Reunindo 54 artistas, esta é a maior lista de artistas da SHAPE+ até agora, e é o resultado do concurso aberto anual da plataforma em combinação com propostas curatoriais de cada festival membro.

A OUT.RA selecionou 3 artistas para o roster de 2024/2025: Donna Candy, Eve Aboulkheir e Maquis Son Sistèm.

Para consultar o roster completo de artistas e outras informações, podem visitar o site da SHAPE+.

Novas confirmações para o vigésimo aniversário do OUT.FEST, de 2 a 6 de outubro no Barreiro – e vejam bem o que aí vem.

Começamos por quatro estreias absolutas em Portugal, e é difícil não arrancar logo com Wolf Eyes & Anthony Braxton – quase impossível imaginar melhor concerto para assinalar 20 anos de festival, reunindo no palco um dos nomes mais definidores do período em que começámos, autores de um dos concertos mais míticos da nossa história (invasão de palco do AMAC, anyone?), banda em constante reinvenção, reunida de novo com o Sr. Braxton, para o qual não há – não pode haver – palavras. Exclamação!

Seguem-se mais duas colaborações: a poeira cósmica à meia-luz do duo transatlântico Ulla & Perila, e a psicadelia balcânica de Lenhart Tapes feat. Tijana Stanković: quatro walkmans e uma voz fora deste mundo – imaginem se a eurovisão ainda fosse relevante.

Por fim, lote internacional a fazer o pleno de estreias: DJ Anderson do Paraíso, nova voz e novas possibilidades para o funk brasileiro, produtor belo-horizontino cujo disco de estreia “Queridão” acaba de sair pela ugandesa Nyege Nyege Tapes, ou a globalização a funcionar de forma inteiramente inesperada. 

Seguimos com o melhor deste país: regresso de outra banda fundadora nas nossas lides, os CAVEIRA, 19 anos e tantos concertos no OUT.FEST depois, formação consolidada e – pasme-se – álbum na bagagem, finalmente: “Ficar vivo”. Outras vozes, oito vozes, muitas vozes, ou LEIDA, órgão imaginado de laringes múltiplas por Mariana Dionísio, na companhia de luminárias como Leonor Arnaut ou Beatriz Nunes. Por fim, chegamos à sala de estar, com carolf, uma das DJ’s que mais se tem notabilizado no seio das Living Room Sessions, festas low-key, ambient e além, que têm ocupado casas particulares de Lisboa ao longo dos últimos anos.

Continuam disponíveis os passes globais, ao preço de 40€ (último lote com este preço) via BOL e nos balcões das lojas FNAC, Worten ou CTT de todo o país.

Já estão na rua os primeiros nomes para o vigésimo aniversário do OUT.FEST, que regressa ao Barreiro entre os dias 2 e 6 de outubro, juntando-se também o domingo ao calendário já anunciado.

No panorama nacional, destaque para três estreias no OUT.FEST: a performance de abertura A Viagem d’Os Heróis Indianos Romanos Africanos, coordenada por Alan Courtis em colaboração com a Associação Nós, poderoso testemunho do poder da música na inclusão social e das contribuições únicas da neurodivergência para a criação artística; Nu No, desafiando convenções linguísticas e musicais num universo sonoro resistente a categorizações; e Alfredo Costa Monteiro, figura discreta mas com papel marcante no panorama das explorações sonoras europeias.

Nas estreias em Portugal, destaque para o duo americano Armand Hammer, que traz consigo o incisivo e aclamado disco ‘We Buy Diabetic Test Strips’; Donna Candy, trio de noise rock esotérico sediado entre Bruxelas e Marselha; Speaker Music, projeto de DeForrest Brown Jr., que propõe uma crítica ousada às estruturas sociais, inspirado pelo Afrofuturismo e pela história do Techno, e a francesa Eve Aboulkheir, que apresenta o seu mundo fantasmagórico de manipulações e imersões eletroacústicas e modulares, recentemente elogiadas por notáveis como Jim O’Rourke.

A terminar este primeiro lote de confirmações, Nazar redefine o Kuduro, explorando as suas implicações sociais ao revisitar os traumas da guerra civil angolana; a prodigiosa jovem saxofonista Zoh Amba apresenta-se num raro concerto a solo, e o compositor japonês FUJI|||||||||||TA traz na bagagem novo disco guiado pelo idiossincrático órgão de tubos desenhado e construído à sua medida.

Podem agora adquirir o vosso passe ao preço atual de 40€ (bilhetes limitados) via BOL e nos balcões das lojas FNAC, Worten ou CTT de todo o país.